A Enel oficializou o interesse de sair do Ceará nesta quinta-feira, 9. Em fato relevante publicado no site da bolsa de valores, a companhia informa que "deu início aos procedimentos de análise e prospecção para possível alienação (venda) do controle acionário da Companhia e que, oportunamente, avaliará manifestações de interesse.
"No Ceará, a Enel fornece energia elétrica nos 184 municípios, contando com uma base comercial de aproximadamente 4,38 milhões de unidades consumidoras, segundo informações do site da empresaEm novembro ainda, a controladora italiana da empresa, sediada em Milão, havia sinalizado a venda no Ceará no plano estratégico para 2023-2025. A meta é chegar a um valor global de US$ 21,5 bilhões.
A informação chegou no auge de uma das crises administradas pela empresa por críticas à prestação de serviço feita no Estado. A qualidade desse serviço, inclusive, motivou a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a empresa.
Foram colhidas 37 assinaturas esta semana em uma ação que desdobra o relatório da Comissão Especial da Enel, montada no ano passado e cujo relatório foi apresentado em dezembro. Queixas de órgãos públicos, empresas e consumidores foram usados como elementos de investigação pelos deputados.
"A Companhia esclarece que a conveniência e oportunidade de alienação das ações de sua emissão é decisão que cabe exclusivamente aos seus acionistas. A Companhia informa que, se e quando for o caso, qualquer operação dependerá da obtenção das aprovações necessárias e observará os termos da regulamentação aplicável", diz o fato relevante, sem revelar qualquer possível negociação para venda.
Se concretizada, a venda da distribuição concretiza a saída total da empresa do Ceará, uma vez que a usina térmica que a companhia possuía no Complexo do Pecém foi vendida para a Eneva por R$ 431 milhões em junho do ano passado.
Com a medida, a Enel parece querer concentrar as atividades no Brasil apenas em Rio de Janeiro e São Paulo, onde possui concessões para distribuição de energia.
Goiás, que contava com a empresa para a prestação do mesmo serviço, teve a distribuidora trocada quando a Enel vendeu a operação para a Equatorial Energia, no ano passado.