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Apreensão de cigarros eletrônicos deve aumentar em 2023

O delegado Regional de Polícia Judiciária (DRPJ) afirma que a tendência é que o número de apreensões neste ano continue subindo em relação ao ano passado.

Publicada em 22/02/23 às 06:08h

por Yasmim Rodrigues


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Cigarros eletrônicos fazem muito mal a saúde  (Foto: INTERNET)

Durante todo o ano de 2022, a Polícia Federal (PF) apreendeu 3886 dispositivos de cigarro eletrônico no Ceará, o número representou um aumento expressivo se comparado a 2021, quando foram apreendidos 111 dispositivos do tipo. Em 2023, até o momento, somente a PF já tirou de circulação 94 produtos conhecidos como “vapes”. As apreensões, muitas vezes, culminam na prisão de pessoas que geralmente têm a intenção de vender tais equipamentos.

O delegado Regional de Polícia Judiciária (DRPJ) afirma que a tendência é que o número de apreensões neste ano continue subindo em relação ao ano passado. “Conforme artigo 334-A do Código Penal e resolução publicada no Diário Oficial da União configura o crime importar, exportar, vender, expor à venda, manter em depósito ou, de qualquer forma, utilizar em proveito próprio ou alheio, adquirir, receber, ocultar, no exercício de atividade comercial ou industrial, cigarros eletrônicos, e-cigaretes, e-ciggy, ecigar, viper, vape, entre outros, especialmente os que aleguem substituição de cigarro”, detalha. 

Recentemente, um jovem de 25 anos foi preso no Crato, no interior do Estado, ao receber uma carga de 45 cigarros eletrônicos. De acordo com as informações divulgadas, o suspeito confessou às autoridades que tinha a intenção de vender os produtos, mas alegou não saber que tal ação é proibida no Brasil. Segundo o delegado, afirmar desconhecimento sobre a lei que impede tal venda é recorrente durante as operações. O jovem foi indiciado por contrabando e pode receber pena de prisão por até cinco anos. É válido ressaltar que outras forças de segurança também atuam no combate a venda desses produtos. Em fevereiro, por exemplo, a Polícia Civil apreendeu uma carga de 610 cigarros eletrônicos e prendeu dois homens em Fortaleza. No mesmo mês, a PF prendeu um empresário acusado de vender ilegalmente tais dispositivos em Canindé. O homem também alegou não saber da proibição vigente no país. 

Nesse contexto, o presidente da comissão de Segurança Pública da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-CE), Cláudio Justa, explica que, desde 2009, existe uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que define os riscos quanto à comercialização deste tipo de produto. “A Anvisa é um órgão administrativo que regula justamente a entrada de tudo aquilo que tem impacto na saúde. Quando a Anvisa emite um parecer dizendo que não é algo saudável, essa passa a ser uma uma substância ilícita. Hoje, é ilegal a comercialização destes produtos”, pontua.

Justa alerta ainda que o argumento de que não se sabe sobre a vigência da proibição não é válido para o direito penal. “É pressuposto que, quando a norma se estabelece, ela é de conhecimento de todos. Então, não é algo que possa prevalecer judicialmente”, relata. Contudo, o presidente destaca que o uso do cigarro eletrônico em si, não está proibido. “Há uma previsão de regulamentação mais específica e é possível que o próprio cigarro eletrônico possa se tornar ilegal e não só a sua comercialização”.

Wagner Barbosa, que também é advogado, chama atenção para o fato de que o cigarro eletrônico ainda pode causar problemas no contexto do Estatuto da Criança e do Adolescente, que proíbe vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ainda que gratuitamente, para pessoas nessa faixa etária coisa ou substância nociva à saúde. “A turma que fica compartilhando o cigarro eletrônico, se for abordado por um policial, na melhor das hipóteses, pode passar uma noite bem ruim tendo que se justificar na delegacia”, alerta.

O advogado Edson Santana, por sua vez, reforça  que, no Ceará, o governo proibiu o consumo de cigarros eletrônicos em ambientes privados e públicos na Lei nº 17760 de 11 de novembro de 2021. Além disso, segundo ele, os usuários podem ser punidos caso fique comprovada a presença de substâncias ilícitas nos aparelhos, mesmo que o uso em si dos “vapes” não possa ser caracterizado como um fato que o Direito Penal incrimine.

Riscos à saúde

Além dos problemas com a lei, o cigarro eletrônico também traz riscos à saúde. De acordo com a pneumologista e coordenadora do Programa de Controle do Tabagismo do Hospital de Messejana, Penha Uchoa, evidências científicas apontam para sintomas agudos de intoxicações, rinite alérgica, asma e a síndrome EVALI. “Essa síndrome acometeu principalmente jovens americanos que desenvolveram essa insuficiência respiratória aguda e foram internados em caráter de emergência. Houve cerca de 80 óbitos, é uma situação bem grave”, relata a especialista.

Nesse sentido, ela alerta sobre a crença de que o cigarro eletrônico não é maléfico ou é menos prejudicial do que o cigarro convencional. “Este é o pior dos mitos. A maior parte dos cigarros eletrônicos contém nicotina e, se contém nicotina, é um produto que causa dependência. Também já foram encontradas cerca de 80 substâncias que são maléficas para o organismo e estão contidas nos cartuchos”, aponta. Para Uchoa, tal mito acaba estimulando o uso desse tipo de equipamento, mesmo em pessoas que jamais haviam tido contato com a prática. “Observamos que o cigarro eletrônico é um trampolim para a dualidade. Pacientes que tentam parar de fumar o cigarro convencional utilizando o eletrônico e não conseguem, acabam fumando ambos, adquirindo uma situação chamada de tabagismo dual”, pontua.

A pneumologista detalha sobre o quanto esses dispositivos estão chamando a atenção de adolescentes e adultos jovens. “Os modelos são muito mais arrojados, se modificam constantemente e proporcionam a adição de flavorizantes que cortam a sensação ruim do trago do cigarro convencional. Tudo isso estimula a experimentação, a iniciação e favorece a dependência”, critica. Para ela, o período carnavalesco é um momento especial para a realização de campanhas sobre os prejuízos do uso de cigarro eletrônico. “É sempre benéfica toda oportunidade que tivermos para chamar atenção para esses riscos. O carnaval é uma festa alegre e criativa, que traz muita liberdade de expressão. Mas, é um momento que as pessoas acabam se excedendo e iniciando o tabagismo. É importantíssimo que se tenha controle e moderação. Conhecer o risco do cigarro eletrônico é essencial nesse momento, porque há muito desconhecimento e fake news”, afirma. 





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