O Estado do Ceará inicia o feriado de Páscoa com volume de 8,15 bilhões de metros cúbicos (44% da capacidade total). É a maior reserva armazenada desde janeiro de 2013. No começo deste ano, o percentual era de 31,4%, segundo o Portal Hidrológico.
As regiões do Acaraú, Coreaú, Litoral, Metropolitana e Baixo Jaguaribe estão em situação “muito confortável”, com volumes acima de 70%. Já as regiões do Salgado, Serra da Ibiapaba e Alto Jaguaribe estão na zona “confortável”, com mais de 50% das reservas.
Enquanto isso, as regiões do Curu, Sertões de Crateús e Médio Jaguaribe se mantêm em estado “crítico”, todas abaixo dos 30% de volume apesar dos bons aportes.
A Bacia do Banabuiú passou de situação “muito crítica” (reservas abaixo de 10%) no começo deste ano para “em alerta” (entre 30% e 50%) nesta quarta-feira (5), percentual alcançado pela última vez em setembro de 2013. As recargas são um alento para a região que há pelo menos uma década convivia com insegurança hídrica em função do prolongado período de estiagem. Do início do ano até hoje, foram quase 600 milhões de metros cúbicos de aporte na bacia, sendo o segundo maior aporte do Estado. Todos os 19 açudes monitorados na bacia do Banabuiú estão em condições melhores do que estavam no início do ano.
O Estado tem hoje 57 açudes sangrando, ultrapassando a marca de 2022, em que 52 verteram, o melhor número desde 2011 (67 sangrias).
Os três maiores açudes cearenses seguem com bons aportes, atingindo os maiores níveis dos últimos anos. O Açude Orós, por exemplo, chegou a 4,7% no começo de 2020 e, agora, já se encontra com 56%, melhor número desde março de 2013.
O Açude Banabuiú chegou a estar praticamente seco entre 2015 e 2018, no auge da seca, e hoje possui 28,4%, marca vista pela última vez em outubro de 2013. A reserva mais que triplicou em menos de um mês em 2023.
Todas as 157 barragens monitoradas pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) têm situação controlada. Os açudes cujo empreendedor é a Cogerh passam por duas inspeções: uma antes e outra após a quadra chuvosa.
Enquanto a primeira aponta medidas a serem tomadas pra evitar problemas na quadra, a segunda indica o que fazer pra corrigir eventuais estragos causados pela água das chuvas. Os açudes não monitorados são de responsabilidade dos empreendedores, seja propriedade particular, prefeitura ou de associação.