O deputado estadual Fernando Santana (PT) voltou a afirmar, neste sábado (9), que não sente mais vontade de apoiar a reeleição do prefeito de Juazeiro do Norte, Glêdson Bezerra (Podemos), nas eleições de 2024, pelo fato de o gestor ter, segundo o parlamentar, “traído” o ministro da Educação, Camilo Santana. Para o presidente em exercício da Assembleia Legislativa do Ceará, Glêdson faz uma condução política “isolada” das relações com os poderes instituídos, o que prejudica a execução de projetos no município.
“Ele (Glêdson) pode estar certo, e eu, errado, ou eu estou certo e ele, errado, não quero fazer esse julgamento. (Mas) Eu acho que política de forma muito isolada não ajuda a ninguém, sobretudo, no município de Juazeiro. Se o prefeito não valorizar a Câmara (de vereadores), pelo menos, para dialogar e ter o respeito, é muito difícil ter a condução de um governo bom”, opinou Fernando, em entrevista à FM Progresso.
Recentemente, o prefeito disse que Fernando está descumprindo o acordo de reeleição, que teria sido firmado entre os dois, mas o deputado negou. “Eu tinha vontade de apoiá-lo, e essa vontade tem ido embora todos os dias, pela forma de ele fazer política, pela ingratidão a Camilo, que é meu líder político e que, mesmo o Glêdson sendo de outra agremiação partidária ligada a Bolsonaro, o ajudou. Glêdson me apoiou (para deputado estadual) porque eu consegui R$ 22 milhões para a gestão dele”, afirmou Fernando.
Visto como possível candidato do PT à prefeitura de Juazeiro nas eleições do ano que vem, o deputado estadual afirmou ter tentado aproximar o prefeito do governador Elmano de Freitas (PT) e de interlocutores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para que Glêdson pleiteasse parcerias para a cidade. No entanto, o prefeito, a quem Fernando chamou de “bolsonarista de carteirinha”, ignorou.
“Não dá para entender. Ele (Glêdson) procurou, no mesmo dia, Ciro e Capitão Wagner. Na política, tem que dialogar com todo mundo, mas tem que se ter uma linha política”, disse o deputado, em referência às visitas que o prefeito de Juazeiro do Norte fez, em Fortaleza, ao ex-ministro Ciro Gomes e ao ex-deputado federal, Capitão Wagner, no dia 23 de agosto.
Apesar disso, Fernando disse que não se arrepende de ter “tentado ajudar” Glêdson. “Quem não quis a aproximação foi ele. Eu fiz a minha parte, pensando no povo de Juazeiro”, finalizou.