O presidente da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), Eduardo Sávio Rodrigues, anunciou durante a 114ª Reunião Ordinária do Conselho de Recursos Hídricos do Ceará (Conerh) que o estado enfrentará um cenário de seca no próximo ano. A principal causa apontada é o aumento na temperatura do oceano, ocasionando o fenômeno El Niño, que perdurará até abril de 2024 e comprometerá a quadra chuvosa, prevista de fevereiro a maio.
Durante o encontro no auditório da Cogerh, em Fortaleza, Eduardo apresentou cenários prováveis baseados em gráficos que indicam o impacto do El Niño. Ele reforçou a gravidade da situação: “Não há mais dúvidas, teremos uma seca no ano que vem.” A Funceme havia alertado sobre essa possibilidade anteriormente, e as previsões atuais confirmam a inevitabilidade do evento climático.
A Organização Meteorológica Mundial (OMM) realizou um estudo em novembro, prevendo que o El Niño persistirá até abril de 2024, atingindo seu ápice no primeiro semestre do próximo ano. Caracterizado pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico, esse fenômeno ocorre a cada dois a sete anos, com uma duração média de doze meses, impactando diretamente o aumento da temperatura global.
Com a seca iminente, a reserva hídrica do Ceará está em risco, alerta Tércio Dantas, diretor de operações da Cogerh. Estimando que o estado atingirá menos de 30% de sua capacidade hídrica ao final da quadra chuvosa de 2024, ele destaca a preocupante situação atual, com apenas 40% da capacidade total registrada. O desafio é iminente, e as autoridades estão se preparando para enfrentar as consequências da seca no próximo ano.